Quinze anos. Hoje completo quinze
primaveras, tantas outras alegrias, quantas flores quanto possível. E as
lágrimas transformam-se senão em brilhantes, ao menos em pérolas. Guardo tais
preciosidades no coração, e elas engrandecem minha candidez – as pérolas e as
rosas. As brancas e os diamantes adornam a alma, aumentam meu brilho e meu
perfume. Minha essência vai, a cada dia, ficando mais rica – de conhecimento (e
aqui entram as tristezas e dores, os sofrimentos que nunca são em vão), experiência
e felicidades, colecionando amigos, risos e prazeres. Meu magnetismo pessoal
cresce proporcionalmente ao número de sorrisos que esboço – e eu aprendi a
sorrir, verdadeiramente, apesar dos pesares. Afinal, pérolas e diamantes não
são nada mal.
Mas
eu gosto mesmo é das flores – as rosas, principalmente. Com suas pétalas suaves
que exalam perfume e beleza sem igual, uma delicadeza quase que surreal. Uma
pureza inigualável e inegável, contagiante. É a essência que mais me encanta:
não lhe parece que inalar tal encanto impregna o espírito de uma magnificência
estranha aos homens e tão comum na natureza? A mim parece. E com minhas rosas,
faço uma chuva de pétalas.
É
claro que pérolas e diamantes também são necessários e queridos. Mas não esses
diamantes brutos que adornam dedos, ouvidos, pescoços e pulsos. Quero aqueles
lapidados que ornamentam a alma. Quero as pérolas que custaram tanto para
saírem da ostra. A dor e as lágrimas nos engrandecem. E, enlaçando minh’alma
com seu brilho fatídico, as pedras preciosas vão se acumulando, assim vou eu
ganhando facetas harmoniosas e contrastadas.
O
meu Eu vai, dessa forma, se tornando equilibrado e inconstante, cheio de
ímpetos e de rotinas. Eu sou única, como somos todos. E a minha singularidade
vai além da aparência e da personalidade. A consciência de tal não mais me
amedronta: agora me anima.
Eu
sou única, com tudo o que me faz diferente.
Pela
primeira vez, não digo, grito: “Eu amo ser diferente”.
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