Contagiante

Algum dia as pessoas a minha volta acostumar-se-ão com o que sou, com minhas particularidades. Passarão a melhor aceitar minhas inconstâncias e meus delírios – até acharão tudo isso muito normal. Dirão: “É excêntrica, essa menina”. Não se sentirão desconfortáveis com minhas atitudes e minhas palavras – minhas sinceridades. O que acontece, o que sou – na lata. Algum dia as pessoas entenderão que não têm a coragem que tenho, mas que não devem me julgar por isso – ao contrário. Compreenderão, essas pessoas, que resolvi deixar para trás os conceitos de certo e errado, de aceito e não aceito. Achei legal isso de nadar contra a corrente – a corrente era constante e homogênea demais. Às vezes peco em minha filosofia, e geralmente acontece quando sou criticada por alguém que muito considero. No fim, entretanto, sempre volto a ela, e a ela sempre recorrerei porque sei que é fonte de minha felicidade.
Afirmo: se todos tivessem essa coragem e essa disposição que tive, o mundo seria melhor.
Eis minha filosofia: ser o que sou, fazer o que quero, pensar como devo, viver para ser feliz. E viver para ser feliz não é sair fazendo tudo o que lhe vem a cabeça, é esquecer o que vem a cabeça dos outros quando você faz algo. É agir pelo prazer, mas é ter consciência do que é benigno e maligno para si. Em minha ideologia, nada que possa fazer mal ao outro, é bom para mim. Então, ao contrário, faço apenas aquilo que desperta aos outros as emoções mais puras – e a felicidade mais terna. Porque é isso que quero para mim.
Não julgo – cada qual é cada qual. Além do mais, não gosto de ser julgada.
Esqueçam o tal do “não é bem visto”. Para quê precisa ser bem visto? E quê muda não ser?
Reprimimo-nos em nome da imagem inconscientemente. Quê é a imagem? Vaga; passageira; para ser distorcida precisa apenas de um grão de maldade. Esqueçam a imagem – senão aquela que vocês têm de si mesmos. Porque é isso que importa.
O que você realmente pensa de si? Isso que deve fazer diferença em sua vida.
E, enquanto estiver a pensar sobre si e achar algo que não gostou muito, passe esse achado por algumas peneiras. Por que não gostou? Que mal há nisso? É algo que deve ser mudado? Se, sim – mas apenas se realmente sim – mude. Pela sua felicidade, tenha a coragem da mudança.
Adapte sua vida para si, para sua alegria. Faça dela uma luz contagiante, e guie os outros através da escuridão.
Acredite: você vai falar sozinho por muito tempo. Mas alguns entendem, e também passam a irradiar uma luz encantadora. Assim, o mundo vai ficando, aos poucos, mais luminoso, mais alegre.
A tristeza, é bem verdade, traz o conhecimento, o crescimento. Mas de nada adianta se você não consegue enxergar o arco-íris após a tempestade. A alegria é necessária e você pode, sim, ser feliz hoje.
Você pode ser feliz sem dinheiro, sem o carro dos sonhos, sem o parceiro ideal. Você pode ser feliz em uma casinha pequena e confortável, andando em uma bicicleta e fazendo o que ama todos os dias. Você nunca está tão sozinho quanto pensa.
Sempre tem alguém que, assim como você, resolveu ser feliz – e esquecer os padrões da sociedade. Ser feliz de verdade.

Um dia, talvez, alguém leia esse texto e realmente o compreenda. Não me chamarão de louca, nem de idealizadora. Ao invés disso, essa pessoa sorrirá – se sentirá compreendida. Eu lhe compreendo, alma feliz.

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