VS.

Luz vs. escuridão. Dia vs. noite. Sol vs. lua. Amor vs. ódio.
Opostos.
Combate.
Luta.
Tudo isso existe?
Talvez, e apenas talvez, o vs. seja uma criação humana. A dualidade é óbvia e nos acompanha em todos os lugares. Uma espécie de polaridade. O feminino e o masculino de todas as coisas. Sim. Pólos. Mas pólos de um uno. Não há, e nem pode haver, luta. A nossa racionalidade tem essa terrível mania de criar guerra. Coroar vencedores. Honrar disputas. E isso se reflete em nossa vida cotidiana. O fracasso é intolerável na humanidade. Dói. Perder é cair, e por que cair? Vemos a vida de opostos. De bem e mal, certo e errado. Mas, ao contrário do que ensinam na escola, bem talvez não seja o extremo oposto de mal, e nem bom de mau. Talvez o lobo mal nem seja tão mau assim no fim das contas (ops!).
Embora poucas vezes pensemos no assunto, viver no negativo não é tão mal assim. É uma polaridade de nós, que existe em nós, e que devemos aceitar.
O sol e a lua não brigam por espaço. Eles dançam, numa vida eterna, em um ciclo irremediavelmente sem fim. A natureza se intercala entre dias de inverno e verão, outono e primavera. A flor nem sempre desabrocha e talvez por isso é tão perfumada e bela. O céu nem sempre é azul, e talvez pelas nuvens que às vezes escondem sua beleza, é que ele nos seja tão encantador.
A vida coexiste. Ela não precisa de luta. Ela tem em si a harmonia, e essa é a fonte de sua prosperidade.
Por que então o ser humano é incapaz de coexistir consigo? Por que sempre elegemos mocinhos e vilões para nossas tramas (e para nossas vidas)? Por que sempre rotulamos atitudes como certas e erradas, sem pensar em sua essência, seu sentimento, seu equilíbrio? Por que tem de haver, para nós, bem e mal? Anjos e demônios? Amigos e inimigos?
Negamo-nos a entender que, em nossa individualidade, somos parte de um todo. Vemo-nos como uma poeira no universo, ou sequer paramos para nos ver realmente. Acreditamos que somos uma criação póstuma, quando, na verdade, temos o poder de criar o que quisermos. Não conseguimos aceitar o quão poderosa é nossa mente, porque a escravizamos a ver a vida como sempre foi vista. Somos poeira estrelar, não é mesmo? Os átomos de nosso corpo não foram recriados (e Lavoisier riria com essa suposição), eles sempre pertenceram a algum lugar. Nosso cérebro não tem a capacidade de pensamento ao acaso (não seria incrível demais?). Nós somos deuses. Nós somos um. Somos energia, como as demais coisas a nossa volta. Temos nossas individualidades, mas precisamos entender que tudo está a nós ligado de maneira irremediável.
Vivemos em uma teia. Não uma teia de luz, nem uma teia de trevas. Mas uma teia em que ambas se intercalam. Em ciclo. Em harmonia. Assim como a natureza - que também faz parte de nós.




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