Lapsos de verdade no olhar


Descobri que gosto de lapsos de verdade que surgem como um flash no olhar das pessoas. E penso neles como poesia captada e comprimida. Como amor ou vergonha escondidos. Como dias mal vividos, ou talvez vividos demais. Sabe quando a penumbra vai, aos poucos, sendo iluminada e você vê que é bem possível que tome forma diante de sua observação? Sabe quando ao seu vago perscrutar uma alma vai se contornando a si mesma? Nem mesmo eu percebo a faísca que ...acende em mim quando, num momento desses, sinto um brilho assim nos olhos de alguém. Mas com certeza que senti nos olhos de cada um que amo e com certeza que essa tal fraqueza (conceito infundado) vem me despertando cada vez mais simpatia. Quando é que meus olhos dizem tantas coisas assim? Eles dizem? Eu abro suas portas para um viajante que, vez ou outra, quer conhecer minhas verdades? Verdades... Eu gosto de verdades. Até considerei que talvez gostasse de pessoas que escondiam (por amar esses olhares que revelam), mas percebi que na verdade gosto da iluminação do oculto. Gosto de sondar mistérios. E quantos são os mistérios que cabem dentro de um par de olhos?

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